Nenhuma surpresa: o clássico teve um golo esquisito, um penálti por assinalar para cada lado, futebol de fraca qualidade, cautelas excessivas, excesso de virilidade e um mau palco. Excepção feita ao lance que decidiu a partida, aconteceu tudo quanto seria de esperar, independentemente dos discursos e da ambição e das promessas de futebol atacante. Numa noite gelada, só o ambiente em torno da partida foi quente. Mais certeiro nas escolhas, Jorge Jesus teve ainda o mérito de perceber quando era tempo de guardar o ouro. Digamos que, em noite de fraca magia, saiu coelho da cartola.
Não podendo contar com algumas peças importantes, o treinador do Benfica não abriu mão do esquema de jogo que elegeu para a época, preferindo encontrar novos intérpretes a sujeitar os habituais titulares a nova filosofia. Urreta passou de dispensado/dispensável a "joker". Foi ele a carta inesperada para actuar no lugar que pertence a Di María e tem Coentrão como alternativa. Saiu-se bem, tal como Carlos Martins, que tem tempo de duração limitado, mas desempenhou a preceito a posição 10, com uma vantagem sobre Aimar, o habitual dono da camisola: jogando mais recuado, esqueceu o losango durante a maior parte do tempo em que esteve em campo e ajudou a definir uma linha de três médios à frente de Javi García. O meio-campo benfiquista foi a arma que asfixiou o FC Porto durante a primeira parte.
Num terreno pesado onde a bola corria pouco, principalmente na zona central, Jesualdo Ferreira preferiu o músculo à arte e colocou Guarín no meio-campo, mantendo-se fiel ao 4x3x3 habitual, mas utilizando um bloco defensivo coeso e baixo que se deixou manietar pelo opositor. Os portistas poucas vezes conseguiram sair a jogar e, quando o fizeram, envolveram pouca gente no processo.
Como os laterais exibiram uma timidez nada comum, Falcao foi presa fácil para os centrais, ao passo que aquela que parecia ser uma má ideia por parte de Jorge Jesus - confiar a vigilância a Hulk a César Peixoto - acabou por resultar, dada a péssima actuação do brasileiro. Do lado contrário do campo, num combate de irmãos, Maxi Pereira criava mais preocupações a Rodríguez do que o contrário.
Um golo estranho chegou para resolver a contenda, mesmo tendo sido marcado aos 22', ou seja, com cerca de 70 minutos por jogar. É que se de um lado sobrava vontade para o guardar, do outro era pouca a capacidade para dar a volta ao resultado.
Ao intervalo, Jesualdo Ferreira acrescentou dinâmica e ambição ao FC Porto trocando Guarín por Varela, derivando Rodríguez para a posição de médio-interior-esquerdo e transitando Raul Meireles para interior-direito. Uma aposta que ameaçou dar resultado, porque os visitantes cresceram, conseguiram estender-se no campo e até gizaram dois lances de perigo. No entanto, duas substituições simultâneas de Jorge Jesus (66') acabaram com o efeito Varela no desafio. Ao substituir Carlos Martins e Urreta por Luís Filipe e Weldon, recuando Saviola no terreno, o Benfica voltou a ter superioridade no meio-campo, esvaziando a reacção portista, mesmo com Jesualdo a tentar responder às alterações do opositor com as entradas de Farías e Belluschi para os lugares de Hulk e Meireles. Se Belluschi não era solução para jogar de início, muito menos o seria para tentar reverter um resultado negativo com o estado do terreno já muito degradado. Como, sem municiadores, Farías é um alvo fácil, a reacção portista passou apenas e só por Varela.
Apostado em controlar a vantagem, o Benfica não quis jogar mais, apelou ao realismo e privilegiou os pontos que o mantêm a par do Braga no topo da tabela classificativa. Para isso, Jorge Jesus não hesitou em imolar os seus jogadores mais criativos - ganhar é o mais importante. E, no final, o Benfica pôde festejar um triunfo importante, conseguido com sacrifício, mas começando o jogo fiel aos seus princípios. Do lado contrário, o FC Porto, mais do que lamentar a derrota, terá de reflectir sobre uma primeira parte desastrada, com a equipa a jogar demasiado recuada, a deixar-se manietar e a mostrar-se incapaz de praticar o futebol de que gosta, com controlo do adversário e transições rápidas. E, no meio de tanto desacerto, Hulk foi uma autêntica nulidade.
Benfica 1 - 0 Porto
Estádio da Luz
relvado mau estado
64 300 espectadores
Árbitro Lucílio Baptista (AF Setúbal)
Assistentes Bertino Miranda e Venâncio Tomé
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Vê o resume do teu jornal Guedes. E se tiveres ainda mal do estômago já sabes o que deves tomar :)
ResponderEliminarqual é que é o meu jornal?
ResponderEliminarSó li a 1ª frase nem precisei ler mais para ver que diz tudo exactamente o que eu disse. 1 lamaçal, excesso de porrada, falta de magia, golo esquisito, erros de arbitragem.
Não foi isto que eu disse do jogo?
Não é isto que diz a 1ª frase deste artigo?
Agora a sério kevin sabes mesmo ler?
Ou dizes estas coisas só mesmo para espicaçar?
É que pareces lento de interpretação assim. poes uma noticia que diz exactamente o que eu disse e quase até pelas mesmas palavras....
Não percebo.
Mais uma vez: pior clássico dos últimos 15 anos, as 3 equipas em campo tiveram muito mal para nãio dizer péssimas, "relvado" em estado deplorável, e um golo que deveria levar o hélton para a bancada.
Interessante guedes, falas tanto do Relvado. mas era o mesmo para os dois lados.
ResponderEliminarsó falta dizer que o porto merecia ganhar.
sei que quando o porto nao vence o jogo não presta.
Mas perderam por culpa do vosso treinador.
fizeram 3 remates que se possam chamar remates.
O benfica na primeira dominou o jogo com se não houvesse equipa do outro lado.
Oh nelson por favor....
ResponderEliminarO jogo foi 1 valente merda não sei que jogo vocês viram era só porrada e lama.
Não me desculpei com o relvado só constatei a verdade estava 1 lamaçal é mentira?
E o SLB dominou os últimos 30min da 1ª parte e os últimos 15 da 2ªparte, o que dá 45m e quem dominou os restantes 45m? Se calhar foi o árbitro, se calhar até foi não?
Vocês é que quando joga o Benfica é sempre futebol espectáculo é incrivel. Um jogo de merda mas mesmo daqueles maus maus parecia um jogo da 1ª eliminatória da taça entre duas equipas da distrital a jogarem na lama e vocês dizem que 1 equipa jogou bem opá a sério.... depois disto nunca mais podem dizer que alguém jogou mal ou que um jogo qualquer foi mau.
Já agora parabéns paneleiro lol