O jogo de juniores foi lamentável

Os incidentes que se verificaram num jogo de juniores foram lamentáveis, como toda a gente assumiu, mas acima de tudo alarmantes. Revelaram que o fenómeno da violência no futebol, que já há muito transbordou para as modalidades, chegou agora também ao futebol de formação.

Dizer que a Academia do Sporting não tem condições para receber um jogo decisivo para o título de juniores é evidente depois do que todos vimos, mas também é o mais fácil. Estranho é que os «miúdos», a partir de agora, estejam obrigados a jogar em estádios rodeados por fortes contingentes policiais.

As condições proporcionadas pela Academia deveriam ser mais do que suficientes para um jogo de juniores, até há bem pouco tempo rodeados por uma atmosfera familiar e com as regras do desportivismo bem vincadas entre todos os agentes. Mas, pelos vistos, depois de hoje ver um pai a fugir de pedras com filho nos braços, já nem na formação se pode ir à bola com segurança.

Os sinais deste ressurgimento da violência no desporto estavam já por todo o lado, sem que ninguém avançasse com medidas para o estancar. Não só no futebol, mas também nos pavilhões onde se joga futsal, andebol ou basquetebol.

E agora? Mete-se os miúdos num estádio e fica tudo bem? É urgente identificar rapidamente os responsáveis por estas situações que se repetem nos embates entre os clubes grandes, jogo após jogo, em todas as modalidades e, agora, também em todos os escalões. Até quando?